“Se você falar com um homem numa linguagem que ele compreende, isso entra na cabeça dele. Se você falar com ele em sua própria linguagem, você atinge seu coração.” Nelson Mandela
Essa é uma das grandes dificuldades encontradas pelos cientistas e interlocutores da população como um todo.
O cientista fica em um dilema sobre como ser fiel ao seu trabalho, como explicar de maneira que o público leigo possa compreender e como tornar o assunto acessível sem cair em simplificações que levem ao erro ou falsa compreensão do assunto. Por outro lado, o público leigo precisa ser abastecido de conhecimento e subsídios para compreender as discussões acerca dos temas atuais sobre ciências que interferem em sua vida. A população não pode ficar à margem das discussões sobre o conhecimento científico e sua construção, fatores que influem em seu cotidiano.
Neste sentido, é necessário encontrar o ponto de equilíbrio que torne o assunto inteligível e aceitável ao público de diferentes faixas etárias e com percursos escolares distintos. Para quem deseja divulgar ciência UFABCiência ao público não especializado, é fundamental ter um bom conhecimento sobre o grupo que pretende atingir. Algumas perguntas devem ser realizadas antes de divulgar: O que divulgar? Pra quem? Por quê? Como? Em que essa informação pode interferir em seu cotidiano? Não é divulgar por divulgar, mas sim um processo de formação e informação. É uma forma de permitir que os indivíduos apropriem-se do conhecimento construído em universidades e centros de pesquisa, é retornar à população que sustenta a pesquisa o que é feito, é permitir que o indivíduo compreenda o mundo que o cerca.
Dessa forma, divulgar ciência é um ato complexo, pois não é apenas falar de forma simples conceitos abstratos, mas também adequar a linguagem ao público alvo.
A linguagem deve ser adaptada ao público destinado e ao meio utilizado que pode ser desde congressos, seminários, colóquios, palestras, conferências, publicações variadas (livros, revistas, jornais, folhetos, etc). Museus com exposições abertas ao público, jardins botânicos, planetários, até filmes, vídeos, programas de rádio e TV, internet, jogos de vídeo game, centros de ciência, parques temáticos, escolas, faculdades e universidades também são espaços para popularização da ciência. Lembrando que interatividade é a palavra do momento e muitos destes equipamentos já divulgam ciência a partir da interatividade.
E por falar em espaços de ciência, quais existem no Brasil e no Grande ABC?
Fonte: Comunicare - Informativo Interno da Fundação Universidade Federal do ABC no 151 – agosto de 2014