Todo remédio é uma droga? (V.1, N.4, P.7, 2018)

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Tempo de leitura: 2 minutos
#acessibilidade Taça de Higéia, taça com uma serpente enrolada nela, internacionalmente conhecida como símbolo da profissão farmacêutica.

Texto escrito pela colaboradora Daniele Araújo

Desde a Idade Antiga a preocupação com a cura das doenças tem sido um desafio para a Humanidade. De fato, a relação saúde-doença é tão importante que foi representada por diferentes símbolos como a Taça de Higéia, deusa grega da cura, higiene e saúde, hoje símbolo da Farmácia. Nesse símbolo, a serpente representa a transformação, a renovação, a imortalidade e, combinada à taça, relaciona a cura pelo uso de tratamentos, o que conhecemos hoje como medicamentos.

A identificação das doenças e suas possibilidades de tratamento tem sido uma tarefa árdua e executada ao longo de muitos anos. De fato, a observação clínica e sua relação com tratamentos data de 1500 a.C., a partir divulgação de um documento chamado Papiro de Ébers. No entanto, somente após as contribuições de Galeno (Pérgamo-Itália, 129-217 d.C.) a arte da terapêutica medicamentosa tornou-se mais fundamentada disponibilizando os conceitos de dose, resposta terapêutica e, claro, formas de administração de tratamentos.

Na verdade, os medicamentos como conhecemos hoje foram desenvolvidos somente após muitos anos de estudo e produção industrial, sendo bastante diferentes daqueles relatados na Antiguidade. Por exemplo, naquela época eram considerados tratamentos quaisquer procedimentos que fossem capazes de restabelecer as funções do corpo humano, como por exemplo picadas de serpentes e abelhas, sangrias até a utilização de emplastros com plantas maceradas e pastas com gordura animal. Portanto, a separação didática dos conceitos de droga, fármaco, medicamento e remédio, não era sequer considerada.

Mas, você sabe a diferença entre droga, fármaco, medicamento e remédio?

O conceito de droga faz referência a um conjunto de substâncias com a capacidade de causar alterações nas funções do organismo, podendo ser benéficas ou não, e nem sempre totalmente conhecidas. Já medicamentos são produtos comerciais finais contendo substâncias com composição química definida, denominadas fármacos, e que são administrados com finalidade terapêutica. Assim, para serem considerados medicamentos, tais preparações precisam, necessariamente, serem submetidas às normas de desenvolvimento e produção vigentes, determinadas por órgãos superiores nacionais como a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), no Brasil. Por outro lado, os remédios abrangem quaisquer ações ou métodos (massagens, chás, emplastros, banhos) que exerçam ações benéficas sobre as funções biológicas e psicológicas do paciente.

Embora esses conceitos sejam claros, essa divisão didática nem sempre ocorreu, uma vez que os conceitos de droga, fármaco e medicamento surgiram após o isolamento, a purificação e ou síntese de substâncias químicas com atividade biológica, originando a Química Medicinal, mas esse é assunto para outro tópico da nossa série.

Fontes:

Fonte da imagem destacada: Internet.

Para saber mais:

Mullane K, Williams M, Winquist R. Pharmacology in 21st century biomedical research. Preface. Biochem. Pharmacol. 2014 87:1-3.

Sociedade Brasileira de Farmacologia e Terapêutica Experimental. http://www.sbfte.org.br/

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