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Matérias especiais sobre Divulgação Científica que são publicadas no informativo interno da UFABC, o Comunicare.

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Ainda que haja constantes propostas de mudanças e atualizações nos conteúdos, recursos e métodos pedagógicos, o limitado alcance da educação formal e a acelerada transformação da realidade social parecem resultar na insuficiência ou mesmo no esgotamento desta instância como processo educativo. Neste sentido, surge uma considerável demanda por formas e lugares mais flexíveis e abrangentes para educar a sociedade sobre ciência e tecnologia.

“O mais importante não é o que a gente diz, mas a discussão que se segue e as respostas às questões que foram propostas”. Piaget

Um dos problemas existentes em nosso país é a enorme distância entre o saber historicamente acumulado e a apropriação desse conhecimento por parte da população. Pesquisa realizada em agosto de 2014 pelo Instituto Paulo Montenegro, do grupo IBOPE, para medir o quanto do conhecimento escolar é de fato aplicado na prática, mostra que o brasileiro é “analfabeto científico”. De um total de 2002 pessoas entrevistadas, somente 5% obteve proficiência em ciência. Esse dado confirma que o direito ao conhecimento básico de como a ciência se organiza e como interfere na vida de cada um de nós deve ser assegurado.

Se você falar com um homem numa linguagem que ele compreende, isso entra na cabeça dele. Se você falar com ele em sua própria linguagem, você atinge seu coração.” Nelson Mandela

Essa é uma das grandes dificuldades encontradas pelos cientistas e interlocutores da população como um todo.

O cientista fica em um dilema sobre como ser fiel ao seu trabalho, como explicar de maneira que o público leigo possa compreender e como tornar o assunto acessível sem cair em simplificações que levem ao erro ou falsa compreensão do assunto. Por outro lado, o público leigo precisa ser abastecido de conhecimento e subsídios para compreender as discussões acerca dos temas atuais sobre ciências que interferem em sua vida. A população não pode ficar à margem das discussões sobre o conhecimento científico e sua construção, fatores que influem em seu cotidiano.

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No último dia 26 de junho, após realizar a Aula Magna, a neurocientista Suzana Herculano-Houzel, em entrevista concedida à WebTV da UFABC, ressaltou a importância da divulgação científica: “A ciência só faz sentido quando o conhecimento gerado é transferido de volta para as pessoas e essas podem usar esse conhecimento para ter uma vida melhor.” Para ela, “a razão de ser da ciência e da divulgação cientifica é gerar conhecimento e esse conhecimento não tem o menor sentido se não integrar ao cotidiano das pessoas”.

Mas o que é divulgação científica? Segundo o pesquisador Wilson Bueno, atualmente, no Brasil, as modalidades de informação científica estão classificadas em quatro grupos. Em uma delas, a divulgação científica, são utilizados recursos, técnicas e processos para a veiculação de informações científicas e tecnológicas ao público em geral.

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Nos dias 13 e 14 de outubro aconteceu no Bloco B do Câmpus Santo André o I Simpósio de Divulgação Científica do Grande ABC. Para formalizar a criação da nova Seção de divulgação cientíica, o reitor Klaus Capele em suas palavras de Boas Vindas enfatizou a sustentação da Divulgação científica a partir de dois tripés, sendo o primeiro: ensino, pesquisa e extensão e o segundo transformar, humanizar e inspirar.

O Simpósio foi um espaço de aprendizagem e troca de experiências de como e para quê fazer Divulgação Científica na atualidade. Participaram do simpósio docentes, TA’s, discentes de Graduação e Pós Graduação da UFABC além de representantes dos Centros de Memória da região do ABC.

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