René Descartes, alucinações oníricas e o Método Científico (V.3, N.7, P.13, 2020)

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É provável que mesmo que você já tenha derramado lágrimas após uma prova de Geometria Analítica não saiba quem a desenvolveu. Ele também foi responsável pelo desenvolvimento do Método Científico. E aí, alguma ideia!?

 

Sem mais enrolações, estamos falando de René Descartes – sim, do Plano Cartesiano!

 

Descartes [lê-se: ‘Decarte’], com seus 23 anos e já formado em Direito estava em viagem pela Europa. Durante uma tempestade às margens do Rio Danúbio, buscou abrigo e calor: assim adormeceu ao lado de um fogão a lenha. Lá lhe ocorreram 3 sonhos:

 

No primeiro sonho, um pesadelo, Descartes era perseguido por fantasmas e carregado por um redemoinho. Além disso, era incapaz de se mover sem tropeçar. Com isso, despertou assustado e rezou a Deus para livrá-lo de qualquer mal. Adormeceu em seguida e sonhou com trovões. Novamente, despertou assustado.

 

Mais uma vez adormeceu e teve então um sonho transformador. Em um ambiente calmo e contemplativo, Descartes havia uma mesa com um livro chamado Dicionário — que continha poemas. Abriu uma página aleatória e encontrou um verso em latim: ‘Que caminho devo seguir na vida?’. Então, um desconhecido surgiu de repente e mostrou um fragmento [qualquer] de verso: ‘Sim e não’.

 

Após ver o verso, Descartes tentou indicar em que parte do livro um poema que o continha poderia ser encontrado, mas o volume desapareceu. Em seguida, o Dicionário retornou. Então Descartes disse que mostraria ao homem um poema que se ajustava melhor à premissa do verso mostrado. Antes de conseguir agir o sonho se encerrou.

 

Profundamente impactado pelo sonho, Descartes descobriu qual caminho seguir na vida. Dezoito anos após publicou uma série de estudos em Óptica, Meteorologia e Geometria. Além, é claro, do Método Científico descrito sucintamente a seguir:

 

1. Nunca aceitar algo como verdadeiro até que todas razões para se duvidar sejam eliminadas.

2. Dividir cada pergunta (ou problema) em perguntas menores.

3. Construir o pensamento do mais simples ao mais complexo, degrau a degrau.

4. Verificar conclusões à luz do mais amplo conhecimento possível.

 

Curiosamente, nos anos seguintes de sua vida, Descartes descartou a utilidade das alucinações oníricas.

 

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