Qual é o elemento mais radioativo?

Qual é o elemento mais radioativo?

Essa pergunta foi enviada pelo Luís, de Bagé.

Fomos às ruas perguntar a opinião pública sobre o que é radioatividade. Após algumas entrevistas, foi percebido que o consenso geral é que tal conceito é energia e radiação proveniente da instabilidade.

Para responder essa pergunta, o Professor Marcelo Leigui da Universidade Federal do ABC forneceu uma pequena aula sobre o assunto. Radioatividade é a emissão de partículas ou ondas eletromagnéticas que ocorrem nos núcleos atômicos ou no átomo como um todo. Existem vários tipos de radiação, podendo ser classificados em onze tipos, sendo as mais famosas a alfa, a beta e a gama. A emissão da radiação alfa é, basicamente, a emissão do núcleo do átomo de hélio, ou seje, dois prótons e dois nêutrons. Portanto, é uma radiação massiva, mais pesada e com carga positiva. A radiação beta é a emissão de elétrons ou pósitrons, que é a antipartícula do elétron, sendo que a primeira possui carga negativa e a segunda positiva. Essa é bem mais leve que a alfa, chegando a ser 1840 vezes menor. O último tipo, a radiação gama é a emissão de ondas eletromagnéticas sem massa e sem carga elétrica. Para fins de diferenciação entre esses três tipos de radiação, é possível posicionar um campo eletromagnético na saída da fonte de emissão dessas radiações, experimento que foi realizado pela primeira vez por Rutherford. Em seu estudo, ele identificou os tipos alfa e beta, sendo que a primeira sofre uma pequena deflexão, graças a sua maior massa, na direção das cargas positivas, enquanto a outra, por ser muito mais leve, sofre uma deflexão maior. A radiação gama não sofre deflexão, ou seja, perpassa o campo eletromagnética em linha reta. Com relação à penetração, a alfa é a menos penetrante, seguida pela beta e pela gama, sendo que essa última não é, a princípio, parada em qualquer circunstância, sofrendo apenas uma atenuação em seu feixe que será diretamente proporcional à espessura do que atravessa.

As explosões nucleares que ocorreram no Japão na Segunda Guerra Mundial e a energia utilizada nas usinas termonucleares são provenientes de átomos que emitem muita radiação gama, radiação essa que é também utilizada para se obter radiografias e conservar alimentos.

Fazer uma escala de qual é o elemento mais radiativo é uma tarefa muito difícil, pois isso depende do tempo de meia-vida, da quantidade de material que se tem e pela quantidade de partículas que é emitida por esse material. Internacionalmente, os critérios são a quantidade de radiação emitida pelo material, a quantidade de radiação que pode ser absorvida por alguém ou algo próximo ao material radioativo e o risco de alguém sofrer danos à saúde pelo contato com o material.

O polônio, de massa atômica 210, como um elemento bastante radioativo, já que seu tempo de meia-vida é muito pequeno, ou seja, ele decai rapidamente, emitindo uma grande quantidade de partículas alfa, Um grama desse material pode matar 50 milhões de pessoas.

O tempo de meia-vida está intimamente ligado à instabilidade do núcleo. Um dos elementos mais instáveis tem o número atômico 118, elemento não natural que recentemente recebeu o nome de oganessônio (Og). Esse é, ao que tudo indica, um dos elementos mais instáveis e que, portanto, teria um menor tempo de meia-vida.

Respondendo a pergunta, ficamos entre o polônio e o oganessônio, levando em conta os critérios internacionais já estabelecidos

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